sexta-feira, 11 de junho de 2010

Da Argentina para o Museu do Internacional


É distribuindo simpatia e de fala rápida que a Administradora de Empresas, com ênfase em Marketing, e também Artista Plástica, Mariana Paula Maier Rutenberg interrompe a sua rotina de trabalho para contar um pouco da sua trajetória. Aos 35 anos de idade, casada com o cientista da computação Walter Hermann, ela gerencia o recém inaugurado Museu do Sport Club Internacional. Conquista que ela ressalta como uma experiência valiosa e de grande realização profissional.
Nascida na capital argentina, Buenos Aires, veio para o Brasil, com os seus pais, aos 12 anos. “Meu pai é um empreendedor de negócios internacionais e inicialmente viríamos para Florianópolis, mas como a cidade era muito pequena na época para questões de negócios, ele decidiu vir para Porto Alegre”, recorda.
Quando chegou à capital gaúcha teve, dificuldades de aceitação em algumas escolas por não saber falar português. No ensino fundamental estudou no antigo colégio IPA e, no ensino médio, no Pastor Dohms. Mariana reconhece que foi difícil a transição de um país para o outro devido à língua e à nova cultura, mas que foi se adaptando aos poucos. “Aqui no Brasil os estudos e os valores são bem diferentes. Quando eu estudava na Argentina, por exemplo, era feio a gente não saber uma lição e, quando eu cheguei aqui no Brasil, era o inverso, era feio ser CDF, (aluno que se dedica muito aos estudos) ou seja, havia uma inversão de valores. Na Argentina era importante ser o melhor aluno da classe. Foi um choque para mim”, lembra.
Desde criança, Mariana conta que as artes e a cultura sempre estiveram presentes na sua vida. Na escola os seus desenhos eram reconhecidos e participava de um grupo que era liberado para a confecção do cenário para os dias pátrios. A artista plástica lembra que gostaria de ter feito uma faculdade de Design, mas como na época não havia esse curso específico optou por fazer artes plásticas. Apesar da correria do dia a dia, contudo, não deixa de lado a “Mariana artista” como ela mesma fala, possui um atelier onde confecciona algumas peças e produtos.

O Museu

O Museu do Sport Club Internacional foi inaugurado no dia 6 de abril e hoje possui uma grande procura não pela sua parte histórica, mas também pela sua tecnologia. Mariana participou da criação e do desenvolvimento do projeto do museu. “Poucas pessoas tem essa oportunidade de participar de um projeto como este. Pra mim foi e é espetacular, não tem preço. Uma experiência rara e é poder aplicar e aperfeiçoar todas as questões que eu estudei”, relata. Gerenciando o Museu do Inter, ela confessa que faz o que mais gosta. “Hoje eu posso dizer que uni as minhas duas paixões, a administração e as artes visuais. Eu já tinha interesse na área de Museologia e foi aí que tudo começou. Conheci a diretora do Museu, fazendo umas cadeiras em conjunto no curso. Ela conheceu uma parte do meu trabalho e começamos a conversar. Trabalhar no Museu para mim é uma grande realização profissional”, enfatiza
Mariana se define como uma pessoa com muito entusiasmo e uma pessoa que acredita e se cobra muito para que tudo aconteça. “Quando eu abraço uma proposta dou o melhor de mim. Não economizo. Tem uma música do Fito Paez que ele fala que “dar és dar”. A gente tem que se doar plenamente”, ressalta.

A Paixão

Neta de alemães e italianos e com influência de sua avó e da sua mãe, a artista plástica revela que a sua grande paixão é a culinária. “Adoro livros de culinária, cozinhar para amigos, provar coisas novas, temperos e misturas inusitadas. A minha avó e minha mãe sempre cozinhavam muito bem e veio delas essa influência pela cozinha. A minha mãe preparava reuniões, com entradas, com a preocupação do vinho, de aromas e sabores”, lembra.
Das lembranças de sua infância, Mariana conta que viajava muito. E uma das características de seus pais eram colocar os filhos no carro e sair para viajar. Ela conta que já visitou muitos lugares, mas um lugar que recomenda é Bariloche no verão. Uma pessoa muito eclética em questão de música, porém Mariana gosta de músicas que digam algo mais, ou seja, que tenham letras significativas. “ Tem um cantor argentino, Diego Torres, que tem uma música que gosto muito da letra. “Saber que se puede querer que se pueda, quitarse los miedos sacarlos afuera.” acho que é a minha cara , salienta.
Conhecer lugares novos na capital, explorar os bairros que não conhece e até visitar uma padaria nova, por exemplo, são coisas que ela gosta de fazer nas horas de folga. “Fico chateada com algumas pessoas que falam que não tem nada para se fazer em Porto Alegre. Aqui tem muitas coisas para se fazer e conhecer. Visitar lugares como cafés, museus, fazer um passeio de barco, enfim, tem tantas coisas. Às vezes queremos conhecer o mundo, mas não conhecemos o nosso próprio quintal, desabafa. E nessas suas caminhadas pela capital gaúcha, Mariana tem a companhia de sua cadela, da raça Show Show,a Keka. “Ela está sempre comigo nas minhas caminhadas, ela é a minha companheira”, conta.

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