sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Modificações com o vento...


Eu sei que tudo mudou

Também sei que o vento mudou

Sei que as escolhas são minhas

Também sei que tudo que eu fiz foi por força minha

Eu sei que o vento que passou não irá voltar, pq ele passa somente uma vez

Eu também sei que o que eu vivi não irá mais voltar, muito menos irá se repetir pq é somente uma vez.

Também sei que as experiências são benéficas sejam elas boas ou más, mas são benéficas.

Eu sei..Eu sei...

Eu sei que as escolhas que eu fiz foram por que eu quis e outras por que eu não fiz

É ,eu sei...mas não sei nada do que eu queria saber

Algumas explicações eu procuro em mim e as encontro, mas outras, não...

É, eu sei que muitas situações acontecem sem eu perceber, assim, simplesmente

Também sei que algumas situações aconteceram e tomaram uma proporção que eu nem imaginava..

É, eu sei..mas não sei nada do que eu queria saber....

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Experimentar o invisível


A minha alma me ensinou a tocar

aquilo que não se fez carne;

a minha alma me revelou

que qualquer coisa que tocamos

faz parte do nosso desejo.

Mas hoje os pensamentos se transformaram

em neblina

que se difunde no universo visível

e se confudem

com o invisível.


(GIBRAN, K. My Soul Preached to Me. Thoughts and Meditations,p. 18, in Parole non dette. Torino: Paoline, 1991)

" Tô te confundindo pra te esclarecer"

foto: Uriel Gonçalves


- Quem aqui gosta que o namorado aperte a sua bochecha?
Por favor, a bochecha não, a bunda!

- Eu sempre quis usar um gesso no braço.
Alguém aqui já quebrou um braço ou uma perna e usou gesso?

- Tem coisa mais legal que engessar um braço e depois
ir
para o colégio e os colegas todos escreverem nele?
Ser o cara popular e as meninas encherem o gesso de 'coraçõeszinhos',
escreverem versinhos e deixarem recadinhos. Quem não quis isso? Eu quis!

Com esses questionamentos o escritor, professor, poeta e jornalista, Fabrício Carpinejar iniciou o seu bate-papo com o público que estava presente no estande da Caixa Econômica Federal, na tarde desta quarta-feira, (03/11).

Diante dos olhos atentos e interrogativos das pessoas para aquele homem de unhas pintadas de verde musgo (somente em uma das mãos), óculos azul que lembram ao do Homem Mosca, personagem do cinema norte-americano da década de 20 do século passado, Carpinejar indagou em voz alta ao público presente as questões mencionadas na abertura do texto. E assim a conversa prosseguia enquanto os que passavam próximo do escritor, chegavam de mansinho para prestar atenção nas suas palavras e no modo irreverente e verdadeiro que ele interpretava o cotidiano através de suas crônicas. As risadas eram frequentes, pois o óbvio é o cotidiano e que ninguém arrisca dizer como ele realmente é. No entanto, o autor Fabrício Carpinejar fala e com muito firmeza e convicção.

Para a professora Nanci Mantovani, 47 anos, as crônicas do autor são muito pontuais. "Gosto muito das crônicas dele. Leio muito no jornal, porém ainda não tive a oportunidade de comprar os livros. Vou ver se aqui na feira eu compro", ressalta Mantovani com os olhos atentos ao escritor.

Conforme Carpinejar, o amor tem que ser mais direto possível, na forma de falar e de sentir. "É no amor que vamos enxugar as nossas lágrimas, com as mangas da camisa, quando choramos e ouvimos Amado Batista", enfatiza o autor ao falar que amor não é brega.

Fabrício trabalhou como repórter no jornal VS, em São Leopoldo, e como assessor de imprensa da Unisinos. Quando questionado sobre as vivências e experiências no jornalismo ele responde: "O jornalismo fez eu ter mais curiosidade, sobretudo a ter persistência e não me contentar com somente uma perspectiva", enfatiza Carpinejar.

O autor de 37 anos é filho de pais também poetas, Carlos Nejar e Maria Carpi. Eles deram origem ao seu sobrenome artístico do escritor, que resultou da união de seus sobrenomes, ao lançar o primeiro livro, 'As Solas do Sol', em 1998, e assinar Carpinejar.

Diante de tanto sucesso e quase nenhuma brecha em sua agenda, o escritor que atualiza os três blogues e ministra aulas no curso de Formação de Músicos e Produtores de Rock, na Unisinos, - será que ainda sobra tempo para ler? - "Claro, leio e muito, e estou lendo agora Um erro emocional de Cristovão Tezza" - responde o jornalista.

Escritor de 16 livros lançados em pouco mais de uma década de carreira literária, Fabrício coleciona quase duas dezenas de prêmios, com destaque para o Açorianos de Literatura por Um Terno de Pássaros ao Sul, em 2001, o Prêmio Nacional Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras, por Biografia de uma Árvore, em 2002, e o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, na categoria Contos e Crônicas, por Canalha, em 2009.

Carpinejar é seguido na sua página do twitter por mais de 70 mil internautas, e nela dispara frases curtas e diretas de interpretação ímpar sobre fatos do cotidiano. Parte dessas reflexões, de até 140 caracteres, estão publicadas no livro www.twitter.com/carpinejar, em 2009.

Nos dias 11, 12 e 13 o escritor vai ministrar a oficina "Amar é..." Sempre às 19 horas, na Biblioteca do Centro Cultural CEEE Érico Verísssimo (CCCEV).